domingo, 9 de outubro de 2011

Sem fundo.

Você sabe o que eu sinto?
Uma cadeira virada,
Cadeia de mim
Brincadeira no escuro azul...
Ao nublado e indeciso.
Você sabe o  que sinto?
A solução para o frio?
Sabe a proteção da vida...
Morrer com o coração no pulmão, deixando-se...
Difícil respirar com o coração batendo...
Difícil ser e estar,
Difícil existir... Deixando-se.
Sorriso de um desespero,
Lembranças desse riso bobo,
Dessa desgraçada,
Da virada,
Da curva,
Da linha... Tudo.
Você pode ver o que eu sinto?
Quem é essa?
Essa que lhe invoca tanto sofrimento?
Por um fundo sem fundo.
Sem profundeza...
No limite do infinito.
Por que continuas aqui?
Vou deixar o veneno,
Perto da porta aberta,
Transformar o veneno em colírio...
E nunca mais ver o que eu vejo.
Imaginar o fundo mais doce...
Mas puro que a realidade.

domingo, 24 de julho de 2011

alguém.

Tem alguém ai?
Preciso dizer umas palavras...
Elas não são simples,
São obscuras...
Com formato estranho...
Mas são amigas.
Tem alguém ai?
Pode me dar uma palavra?
Um nome para o que sinto?
E o que sinto?
Um vazio transbordante de nada.
E o que eu procuro afinal?
Sou pacifica e volto a dormir...
Toda noite...
Todo dia...
Tudo, tudo, tudo, tudo, todo...
Um pedaço perdido...
Um mundo esquecido...
Uma vida, onde que está ela?
Eu não a vivo...
Onde está esse alguém?
Eu me encontrarei?
Meu corpo minha alma...
Meu olhar que revolta.
Tem alguém ai?
Pensei que era a alegria,
Mas ela sumiu...
Tomei tristeza,
Mas cuidado... Ela vicia!
 Tem alguém ai?
Ninguém tem tempo para encontrar nada.
Nada?  Vazia?
Perdida.
Simplesmente reflexos de alguns que sou e fui...
Esse problema de ser...
Mas está tudo bem.
E é isso que importa... Não é?







quarta-feira, 6 de julho de 2011

quem é você?

Você está completamente só,
Olha para os lados,
Vê pessoas desconhecidas parecidas,
Andando para um caminho simples,
Seu tempo é o tempo dos outros,
Transformado em espaços pequenos,
Você está ali...
Só observando e pensando...
Você fica triste numa melodia sinuosa,
Acha-se perdido.
Faz um choro silencioso,
Ninguém se importa.
Alguns te acham louco,
Outros te acham alegre demais,
Aqueles nem te acham.
Você vive, mas pode não existir,
Você nasce, mas pode não morrer,
Você grita, sem nem ao menos alguém ouvir.
Você é tão anormal,
Se olha no espelho, diz para si que vai mudar.
Mas o que muda é apenas o seu cabelo,
O seu sorriso, a expressão...
Seu olhar mudo que transformou o brilho em vazio.
Sufoca-se, e ninguém te vê.
Ninguém te dá atenção.
Ninguém se importa,
Todos se olham.
Todos se entendem,
Só que continuam com o tempo de cada,
Com o tempo isolado e frio,
Que pisa em todos...
Você chega em casa...
Contenta-se com o chuveiro que te lava,
Com a comida que te alimenta, e
Acorda-se num mundo desesperado
Em que você apenas respira,
E se movimenta num corpo simples,
Com experiências encaixotadas,
Que morre com você,
Que vive com você.
Você não sabe,
Mas eu sei.
Somos um.
Tua vida é tão sem graça,
Que faço graça de nós dois.
Esse mundo singular,
Rebanhos de um tigre,
Companheiros da noite,
Guerreiros até a morte.
Um filme que repassa,
E você e eu aplaudindo fantasmas de um sol,
Um sol ideológico, que brilha para aqueles que o tem.
Que fica mudo atrás de um beco escuro,
Para aqueles, que não vêem. Nos dois.
Juntos na escuridão.

domingo, 5 de junho de 2011

terra.

Alguns apenas morrem,
Viram pedras com olhares vibrantes,
Alguns vivem,
E se tornam pedras mornas,
Num mundo que afunda,
Junto com as estrelas do mar,
O tempo é um transtorno obsessivo,
Que tentamos controlar,
Mas morre.
Morre o fim da rua,
Morre lembranças,
Coisas são esquecidas e perdidas,
Morrem momentos,
Morre ilusões,
Morre a lagrima que um dia viveu,
No olhar,
No mar.
Muitos morrem, mas...
Alguns vivem,
E uns que ainda vivem,
São múmias de um mundo perfeito,
Morre a alegria,
A agilidade,
Fica vazio o palco que um dia existiu,
A platéia é jovem demais,
E não sabem sentir...
E um dia,
 O que era inteiro,
Agora é a apenas o farelo.
O farelo que ainda restou.
Morreu a vida,
E nasce o sol,
Uma melodia volta a cantar,
E um novo som é ouvido...
E aquele TIC TAC não parou.
Entristece saber...
Que a cortina um dia fecha para todos nós.

domingo, 15 de maio de 2011

FERRUGEM...

Gastei a dor,
Gastei o amor,
Gastei a vida,
Agora eu corro,
Percorro o meu corpo,
Percorro a minha alma,
Não tenho a quem dizer quem sou,
Então falo comigo mesma,
Fico no silêncio,
Um silêncio que libertina,
Sou apenas eu,
Mas nada, além disso.
Peço socorro as minhas memórias,
Por que são elas que existem em mim,
Gastei a dor,
Gastei o amor,
Gastei a vida.
Planejo sonhos que não existem,
Gastei-os; e então, morri.
Tudo está enferrujado,
Ferrugem do agora,
Não existe mais.
Gastei.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

há o que lá?

Quando o reflexo vem,
Eu olho meus olhos,
Tento me ver,
Mas não sei o que na verdade vejo,
Parece uma imagem distorcida,
Sinestésica,
Drogada...
Triste.
Sempre frigida,
E sem graça.
Nunca olhei para mim,
Com outros olhos,
Há não serem estes,
Que no presente,
Sempre ficou presente,
Então, eu sorrio para mim,
E tento fazer com que me engane,
Mas nunca adiantou,
Eu posso não saber o que é isso,
Mas sei o que sinto,
Se não soubesse,
Não estaria olhando,
Os meus olhos...
Meus próprios olhos.
Que sem fim...
Vê o que?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

vida que roba o que é dela.

Meu desejo,
Ta em mim,
O desejo,
Esse desejo,
Pertence a vida,
Que não está mais em mim,
Mas to viva,
E o desejo ainda esta em mim,
Mas pertence à vida,
Só posso fazer milagres
Se a vida me permitir.
Então o desejo é vivo,
Junto com a vida viva,
Quando morro,
Não desejo mais nada.
To amargurada,
Por saber...
Que to viva por causa da vida.
Tanta liberdade,
Que só no pensamento abre,
Meu desejo é meu papel,
Pertence ao sol e a lua.
Estou presa em sintonia do mar.
Mar este...
Onde vais me levar?