domingo, 24 de julho de 2011

alguém.

Tem alguém ai?
Preciso dizer umas palavras...
Elas não são simples,
São obscuras...
Com formato estranho...
Mas são amigas.
Tem alguém ai?
Pode me dar uma palavra?
Um nome para o que sinto?
E o que sinto?
Um vazio transbordante de nada.
E o que eu procuro afinal?
Sou pacifica e volto a dormir...
Toda noite...
Todo dia...
Tudo, tudo, tudo, tudo, todo...
Um pedaço perdido...
Um mundo esquecido...
Uma vida, onde que está ela?
Eu não a vivo...
Onde está esse alguém?
Eu me encontrarei?
Meu corpo minha alma...
Meu olhar que revolta.
Tem alguém ai?
Pensei que era a alegria,
Mas ela sumiu...
Tomei tristeza,
Mas cuidado... Ela vicia!
 Tem alguém ai?
Ninguém tem tempo para encontrar nada.
Nada?  Vazia?
Perdida.
Simplesmente reflexos de alguns que sou e fui...
Esse problema de ser...
Mas está tudo bem.
E é isso que importa... Não é?







quarta-feira, 6 de julho de 2011

quem é você?

Você está completamente só,
Olha para os lados,
Vê pessoas desconhecidas parecidas,
Andando para um caminho simples,
Seu tempo é o tempo dos outros,
Transformado em espaços pequenos,
Você está ali...
Só observando e pensando...
Você fica triste numa melodia sinuosa,
Acha-se perdido.
Faz um choro silencioso,
Ninguém se importa.
Alguns te acham louco,
Outros te acham alegre demais,
Aqueles nem te acham.
Você vive, mas pode não existir,
Você nasce, mas pode não morrer,
Você grita, sem nem ao menos alguém ouvir.
Você é tão anormal,
Se olha no espelho, diz para si que vai mudar.
Mas o que muda é apenas o seu cabelo,
O seu sorriso, a expressão...
Seu olhar mudo que transformou o brilho em vazio.
Sufoca-se, e ninguém te vê.
Ninguém te dá atenção.
Ninguém se importa,
Todos se olham.
Todos se entendem,
Só que continuam com o tempo de cada,
Com o tempo isolado e frio,
Que pisa em todos...
Você chega em casa...
Contenta-se com o chuveiro que te lava,
Com a comida que te alimenta, e
Acorda-se num mundo desesperado
Em que você apenas respira,
E se movimenta num corpo simples,
Com experiências encaixotadas,
Que morre com você,
Que vive com você.
Você não sabe,
Mas eu sei.
Somos um.
Tua vida é tão sem graça,
Que faço graça de nós dois.
Esse mundo singular,
Rebanhos de um tigre,
Companheiros da noite,
Guerreiros até a morte.
Um filme que repassa,
E você e eu aplaudindo fantasmas de um sol,
Um sol ideológico, que brilha para aqueles que o tem.
Que fica mudo atrás de um beco escuro,
Para aqueles, que não vêem. Nos dois.
Juntos na escuridão.